Luar
Sangrento
Era uma noite de lua cheia como outra qualquer até
o momento no pequeno vilarejo de Vorak. Os moradores ainda estavam ha
conversar, despreocupados em suas varandas, os mais festeiros estavam na velha
taberna do Fred mão de morto, um pobre diabo que há alguns anos teve sua mão
roubada por uma estranha e tenebrosa criatura que encontrou quando voltava de
uma viajem de negócios que fizera há Vallaki. Em seu lugar a criatura deixou
apenas um amontoado de ossos o que causou no pobre homem um enorme horror, e
daquele dia em diante jurou que nunca mais se aventuraria na floresta Negra. Já
passava das dez horas quando os cães se agitaram nas casas que ficam próximas
ao murro do vilarejo, latiam auto em direção a floresta, que fica a poucos
metros do murro.
Até então
ninguém sabia o que estava acontecendo na floresta para que os cães ficassem
daquele jeito e também não tinham coragem de adentrar a floresta à àquelas
horas da noite para investigar, pois sabiam muito bem os terrores que habitavam
aquele lugar depois que o sol se punha. Ficaram em suas casas rezando para que
o que quer que tenha assustado os cães fique do outro lado do murro. Enquanto
isso, um camponês que entrara na floresta para pegar um pouco de lenha cerca de
quarenta minutos atrás estava agora correndo desesperado por entre as arvores
tentando alcançar o murro do vilarejo o mais rápido possível.
Atrás do
camponês dava para se ouvir um barulho de pesadas passadas vindo em seu encalço
ao mesmo tempo em que se ouvia o barulho de galhos se partindo atrás dele. O
homem já avistava o murro quando tropeçou na raiz de um enorme pinheiro que ali
se encontrava e foi de encontro ao chão. Naquele momento finalmente pode
identificar o que o estará perseguindo, de cima de um morro que ficava a uns
três metros de onde caiu viu aterrorizado uma enorme e monstruosa criatura que
estava a olhá-lo friamente, com seus enormes olhos avermelhados de cima do
morro. Ficou pálido como um cadáver quando finalmente conseguiu identificar o
que era a horrenda criatura que estava a encará-lo, não podia acreditar no que
via, sabia de fato que tal criatura existia mais nunca imaginou nem em seus piores
pesadelos ficar diante de algo tão terrível e mortal, a criatura que o estivera
perseguindo era um Lobisomem.
O medo o
consumira de tal forma que não tinha forças sequer para gritar, quando viu o
terrível homem-lobo se aproximar dele lentamente após descer o morro de um
salto. A fera agora estava a pouco mais de um metro de sua presa enquanto o
pobre diabo se via sem escapatória diante de tal criatura. Sabia que seu fim
estava próximo, tentou por mais de uma vez levantar e sair correndo mais o seu
corpo não o obedecera.
Agora já
podia sentir a respiração pesada da fera em seu rosto enquanto esta estava a
rosnar em sua direção. Sentiu o sangue congelar em suas veias quando o
lobisomem se preparou para atacá-lo, fechou os olhos, no momento em que as
garras da terrível fera estavam a perfurar sua carne a única coisa que lhe
passava pela cabeça era o que seria de sua família, quem cuidaria de sua amada
esposa e seu querido filho agora que estará de partida para o outro mundo.
Afiadas
como navalhas as garras do lobisomem atravessaram seu abdômen fazendo com que o
camponês soltasse um grito de dor ensurdecedor, o grito do homem foi tão alto
que pôde ser ouvido por todo o vilarejo. Nesse momento sentindo sua vida se
esvair de seu corpo devido ao ferimento, o pobre diabo deixou cair uma lágrima
pelo canto de seu olho esquerdo no momento em que via o terrível lobisomem vindo
em direção a sua cabeça com suas mandíbulas abertas prontas para dar-lhe o
golpe final.
Após
arrancar-lhe a cabeça o lobisomem a joga para o lado, e voltando-se para a lua
cheia solta um apavorante uivo que ecoa não só por toda a floresta como também
pelo pequeno vilarejo, trazendo consigo pavor ao coração de seus moradores.
─ Panda-sama ─
Domínios do Medo.